Exame ajuda diagnóstico precoce de câncer raro em bebês em MS
Miguel descobriu tumor na retina em Teste do Olhinho quando tinha 1 ano.
O câncer é uma doença grave por natureza e no caso das crianças é ainda pior. O adulto dá sinais mais claros de que não está bem. Mas nas crianças, a doença, muitas vezes, é silenciosa. O drama é vivido pelo pequeno Miguel, de 1 ano e 2 meses. Há dois meses ele luta contra um câncer de retina. Para piorar, o tratamento é feito em São Paulo.
A TV Morena entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Estado para explicar o motivo de não existir tratamento para o câncer de retina em Mato Grosso do Sul, mas não obteve retorno até a exibição da reportagem.
No caso de Miguel, o diagnóstico foi feito durante o Teste do Olhinho que é realizado quando a criança nasce e repetido um ano depois. “Quando descoberto qualquer coisa precocemente, a eficiência e a cura é muito mais rápido”, disse a mãe de Miguel, Larissa Rodrigues Fabris.
O câncer é uma das principais causas de morte de crianças e adolescentes no Brasil e perde apenas dos acidentes e doenças infecciosas. Mas, quando detectada precocemente, as chances de cura aumentam significativamente, segundo especialistas.
“Quanto mais precoce se faz o diagnóstico, maiores são as chances de cura dessa criança e menor é o tempo de tratamento que ele precisa fazer”, explicou o oncopediatra, Marcelo dos Santos Souza.
Miguel já enfrenta as sessões de quimioterapia que é acompanhado de perto pelo pai, Mauro Nascimento. “Ele está reagindo bem, não está tendo nenhum efeito colateral sério. Está tendo a vida dele até normal”, contou o pai.
O câncer na retina é um tipo raro. Segundo os médicos, atinge duas crianças, por ano, aqui no estado. A doença mudou a rotina da família do Miguel já que o tratamento só é feito em São Paulo. “Aqui seria t-alvez para alguém doença mais avançada que precise de uma cirurgia, mas o tratamento específico dele não”, explicou.
Ao contrário do pequeno Miguel, que descobriu a doença há dois meses, Lucas Matias, de 11 anos, luta contra um tipo de câncer, a leucemia linfoide aguda, cerca de três anos. Conforme os médicos, este tipo é mais frequente de leucemia em crianças no país.
Na semana, passada, Matias começou as sessões de radioterapia. Serão 18 no total. “A gente fica na expectativa e se Deus quiser vai dar tudo certo”, afirmou a mãe, Zumilda Vilhalba.
A família de Lucas é de Ponta Porã e recebe ajuda da Associação dos Amigos das Crianças com Câncer (AACC), uma entidade que oferece alimentação, hospedagem e transporte de graça para famílias que não são da capital.
A AACC também oferece capacitação para os profissionais que trabalham com crianças que têm câncer. A associação até criou o programa “Fique de Olho”, há 7 anos, para alertar sobre os perigos da doença.
Radioterapia
O equipamento chamado de radioterapia, usado nas sessões do Hospital de Câncer que estava quebrado voltou a funcionar. O aparelho emite radiações e é usado no tratamento de diversos tipos de câncer. Segundo a assessoria do hospital, as peças que estavam quebradas foram trocadas e o aparelho voltou a funcionar na terça feira (28).
O hospital atende diariamente 60 pacientes na sessão de radioterapia. A capacidade total é de 70 pessoas em tratamento por dia.